Jateamento Abrasivo

Jateamento Abrasivo: O que é, quando aplicar e quais as vantagens. Métodos de tratamento superficial e corrosão em estruturas metálicas.

Jateamento Abrasivo

Métodos de Tratamento Superficial

Inúmeros são os métodos empregados para o tratamento anticorrosivo de estruturas metálicas. A pintura é o método mais utilizado na construção civil, consistindo na aplicação de camadas de reduzida espessura sobre o elemento a ser tratado, formando uma película protetora.

O processo de pintura deve ser precedido do tratamento superficial, que consiste na remoção de materiais que impeçam o contato da tinta com o aço, tais como pós, gorduras, óleos, ferrugem, carepa de laminação, entre outros. O grau de limpeza superficial influencia diretamente na qualidade da pintura e consequentemente na durabilidade da estrutura.

Os processos mais usuais de tratamento superficial estão listados a seguir:

  • Limpeza manual: empregam-se escovas, raspadores, lixas e palhas de aço. As peças submetidas a esse tratamento podem apresentar impurezas que inviabilizem a plena aderência da tinta anticorrosiva à superfície metálica;
  • Limpeza mecânica: empregam-se escovas rotativas, pneumáticas e elétricas. A qualidade do tratamento é superior a obtida pela limpeza manual, entretanto, também poderá apresentar impurezas;
  • Jateamento abrasivo: empregam-se compressores de ar no jateamento de granalha de aço contra a superfície metálica, resultando em uma superfície livre de graxa, carepa, ferrugem e tintas existentes.

 

Jateamento Abrasivo

O método do jateamento abrasivo é muito empregado na fabricação de estruturas metálicas. Ele é feito através do impacto de partículas, geralmente abrasivas, impelidas a alta velocidade contra a superfície a ser limpa. Essa técnica de limpeza possui duas grandes vantagens:

  • Elimina todas as impurezas superficiais, permitindo o contato do revestimento com o substrato.
  • Confere rugosidade à superfície, permitindo a ancoragem do revestimento.

A qualidade da peça submetida ao jateamento confere uma maior fixação da proteção anticorrosiva sendo adequada a estruturas inseridas em ambientes com elevada umidade e grande concentração de díoxido de enxofre (SO2) e íons cloreto.

Empresas de grande porte possuem regulamentos específicos para tratamento superficial e pintura de estruturas metálicas, sendo exigida a utilização de jateamento abrasivo em contratos que envolvam fabricação de estruturas metálicas.

 

jateamento abrasivo
Jateamento Abrasivo (Fonte: Artepack Indústrias de Embalagens)

 

 

 

Classe de Agressividade Ambiental

O tipo de tratamento superficial – limpeza manual, mecânica ou por jateamento –  e o processo de pintura – número de demãos, espessura da camada e tipo de tinta – varia de acordo com o nível de agressividade do ambiente onde a estrutura será implantada.

Segundo a norma ISO 12944-2, os ambientes atmosféricos podem ser classificados em cinco categorias de corrosividade:

  • C1: muito baixa agressividade;
  • C2: baixa agressividade;
  • C3: média agressividade;
  • C4: alta agressividade;
  • C5-I: muito alta agressividade – industrial;
  • C5-M: muito alta agressividade – marinha.

 

 

Classe de Agressividade Ambiental no Brasil
Classe de Agressividade Ambiental no Brasil (ISO 85010)

 

Os padrões de grau de limpeza também são definidos visualmente, através de fotografias do estado em que as superfícies ficam após o tratamento de limpeza:

  • St 2: Limpeza manual, executada com ferramentas manuais, como escovas, raspadores, lixas e palhas de aço;
  • St 3: Limpeza mecânica executada com ferramentas mecanizadas, como escovas rotativas, pneumáticas ou elétricas, pistola de pinos, etc.
  • Sa 1: É o jato ligeiro (brush off). A superfície resultante deverá encontrar-se inteiramente livre de óleos, graxas e materiais como carepa, tinta e ferrugem soltas. A carepa e a ferrugem remanescentes poderão permanecer, desde que firmemente aderidas. O metal deverá ser exposto ao jato abrasivo por tempo suficiente para provocar a exposição do metal-base em vários pontos da superfície sob a camada de carepa;
  • Sa 2: Chamado de jato comercial. A superfície resultante do jateamento poderá apresentar manchas e pequenos resíduos devidos à ferrugem, à carepa e à tinta. Pelo menos 2/3 da área deverão estar isentos de resíduos visíveis, enquanto o restante será limitado pelas manchas e resíduos;
  • Sa 2 ½: Chamado de jato ao metal quase branco. É definido como superfície livre de óleo, graxa, carepa, ferrugem, tinta e outros materiais, podendo apresentar pequenas manchas claras devido aos resíduos de ferrugem, carepa e tinta. Pelo menos 95% da área deverá estar isenta de resíduos visíveis, sendo o restante referente aos materiais acima mencionados;
  • Sa 3: Conhecido como jato ao metal branco. Após a limpeza, o aço deverá exibir cor metálica uniforme, branco-acinzentada, sendo removidos 100% de carepas e ferrugens. A superfície resultante estará livre de óleos, graxas, carepa, tinta, ferrugem e de qualquer outro depósito.
Preparo Superficial Minimo (ISO 85010)
Preparo Superficial Minimo (ISO 85010)

Estudo de Caso

Os dados apresentados no tópico anterior permitem a avaliação do preparo superficial mínimo para estruturas metálicas executadas no Brasil.

Conforme apresentado no mapa, a classe de agressividade ambiental em Salvador se enquadra no nível C3 (média agressividade) e, segundo a ISO 85010, exige um preparo superficial Sa 2 ½, que pode ser obtido pelo jateamento abrasivo. Portanto, é uma recomendação técnica o emprego desse método para estruturas metálicas inseridas em ambientes de nível C3 ou superior. As peças metálicas submetidas à limpeza mecânica ou manual não atingem o grau de aderência necessário para a fixação da tinta anticorrosiva e, consequentemente, sofrerão mais intensamente os efeitos da corrosão, onerando os custos com manutenção preventiva.

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O grupo FULL projeta e executa estruturas metálicas com a proteção anticorrosiva (jateamento e pintura) adequada à necessidade do cliente, seguindo normas brasileiras e internacionais. De acordo com as solicitações, podemos oferecer o tratamento superficial de jateamento, propiciando melhor acabamento e maior durabilidade das peças ou com limpeza mecânica, através de escovas rotativas, procedida de pintura.

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Referências

As informações presentes neste artigo foram obtidas parcial ou integralmente das referências listadas abaixo:

PANNONI, F. Princípios da Proteção de Estruturas Metálicas em Situação de Corrosão e Incêndio, 5ª Edição. Gerdau Açominas, 2011.

ISO 8501-1:1988, Preparation of steel substrates before application of paints and related products – Visual assessment of surface cleanliness – Part 1: Rust grades and preparation grades of uncoated steel substrates and of steel substrates after overall removal of previous coatings. International Standardization for Organization (ISO), Genéve.

ISO 12944-2: 1998, Paints and varnishes – Corrosion protection of steel structures by protective paint systems – Part 2: Classification of environments. International Standardization for Organization (ISO), Genéve.